Quase um milhão de pessoas de 162 países – entre elas, 23 mil brasileiros – são alunos dos cursos da edX, plataforma de aulas gratuitas pela internet (MOOCs, na sigla em inglês), criada em 2012 pela Universidade de Harvard e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) – duas das maiores referências em ensino superior dos Estados Unidos. Para o presidente do órgão e criador do primeiro curso disponibilizado por ele, o indiano Anant Agarwal (professor do MIT), as novas tecnologias empregadas na educação à distância – que vão muito além dos vídeos tutoriais – mudarão completamente as instituições de ensino superior do mundo em pouco tempo: em 20 anos, acredita ele, os estudantes poderão eliminar muitas horas gastas na universidade graças à ferramenta.
"A educação nunca mais será a mesma. (...) Daqui a 20 anos, os campi universitários não contarão mais com salas de aulas lotadas. Os estudantes farão exercícios online e assistirão a vídeos nos dormitórios deles, e só voltarão ao campus para discutir com seus professores e colegas", afirmou Agarwal, durante o Transformar 2013, evento em São Paulo que reuniu educadores e especialistas da área, na quinta-feira.
Criado no ano passado, o edX contou com investimentos de US$ 60 milhões (cerca de R$ 120 milhões), para oferecer gratuitamente cursos de algumas das principais universidades do mundo, em diversas áreas de conhecimento (exatas, biológicas e humanas) - e a expectativa é ampliar o número de universidades parceiras no sistema.
Segundo Agarwal, uma das maiores diferenças entre a plataforma criada por eles e o sistema tradicional de ensino à distância é a tecnologia empregada: pela internet, o aluno não só assiste a vídeos tutoriais e às aulas transmitidas por meio de infográficos interativos, como são testados a cada etapa – e recebem um feedback imediato do desempenho –, e podem tirar dúvidas com professores e alunos em fóruns de discussão.
Ainda de acordo ele, a tecnologia existente hoje permite, inclusive, a correção de redações por meio dos computadores, cujo resultado da avaliação sai na hora. Embora pareça estranha a ideia de uma máquina avaliar a qualidade de um texto dissertativo, o professor garante que testes demonstraram que a diferença entre a nota concedida por um professor e a avaliação do computador é muito pequena.
"É como num vídeo game. Se ele recebe um feedback na hora, vai continuar tentando até acertar o resultado correto", explicou o professor de ciência da computação do MIT.
COMENTO Essa é a verdadeira revolução. Está com os dias contados o professor falador dentro da sala de aula. Fala, fala, numa aula massante e cansativa. O EAD já é o presente na educação.
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